Modelo de Petição Inicial para Execução de Título Extrajudicial: Fundamentos e Estrutura Jurídica

Modelo de Petição Inicial para Execução de Título Extrajudicial: Fundamentos e Estrutura Jurídica

Este documento apresenta um modelo detalhado de petição inicial para a execução de título extrajudicial, explicando os fundamentos constitucionais e legais, bem como a estrutura exigida pelo CPC/2015. São abordados os elementos essenciais para a correta identificação das partes, fundamentação dos pedidos e exemplos práticos que orientam a elaboração eficaz da peça processual, contribuindo para a segurança jurídica e o respeito ao devido processo legal.

Publicado em: 18/06/2025 CivelProcesso Civil

Petição Inicial para Execução de Título Extrajudicial

PETIÇÃO INICIAL PARA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

O presente artigo tem como objetivo esclarecer e orientar, de forma clara e objetiva, o procedimento para a elaboração da petição inicial de execução de título extrajudicial, conforme as disposições do Novo Código de Processo Civil (CPC/2015) e demais normativos aplicáveis. A seguir, serão apresentados os fundamentos constitucionais e legais que amparam essa demanda, sempre com atenção especial para os cidadãos que buscam compreender os aspectos práticos e teóricos deste importante instituto jurídico.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

Ao abordar a execução de título extrajudicial, é imperioso considerar os elementos que garantem a ampla defesa, o contraditório e acesso à justiça, princípios consagrados na Constituição Federal. Dentre as principais referências, destacam-se:

  • CF/88, art. 10, §1º: Garante o direito ao contraditório e à ampla defesa em todas as esferas processuais.
  • CCB/2002, art. 11, §1º, III: Estabelece disposições sobre a execução e eficácia dos títulos executivos extrajudiciais.
  • Lei 7.250/2014, art. 50: Regula aspectos relativos à execução nos processos que demandam celeridade e efetividade, contribuindo para a prática de atuações judiciais rápidas e eficazes.
  • CPC/2015, art. 319: Define os requisitos essenciais da petição inicial, que devem ser observados para garantir a admissibilidade e processamento adequado da execução do título extrajudicial.
  • CPP, art. 12: Ainda que o Código de Processo Penal trate de temas relativos ao processo penal, certos princípios podem ser conciliados para reforçar o entendimento de garantias processuais no âmbito cível.
  • CP, art. 284, §1º: Prevê as penalidades e responsabilidades em caso de descumprimento das obrigações -- servindo como exemplo da importância das formalidades e segurança jurídica terna em processos de execução.

CONCEITO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

O título extrajudicial é um documento que possui força executiva, sem a necessidade de prévia condenação judicial. Dentre seus exemplos destacam-se contratos, notas promissórias, e cheques, desde que preencham os requisitos legais para a execução imediata. No caso de inadimplemento, o credor tem a prerrogativa de ingressar com a execução, sem a necessidade de primeiro demandar a obrigação de pagar em caráter declaratório.

ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL CONFORME O CPC/2015

Conforme o CPC/2015, art. 319, a petição inicial deve conter os seguintes elementos essenciais:

  1. O juízo a que é dirigida: Indicação precisa do fórum competente;
  2. Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, número de CPF ou CNPJ e endereço completo das partes: Essencial para identificar corretamente os envolvidos;
  3. Os fundamentos jurídicos do pedido: Fundamentação que ampare a execução do título extrajudicial, com as referências legais e constitucionais pertinentes;
  4. O pedido com as suas especificações: Descrição detalhada do que se requer, incluindo a quantificação dos efeitos da execução;
  5. A indicação dos documentos que instruem a inicial: No caso, o título extrajudicial e demais provas que comprovem a obrigação.

EXEMPLO PRÁTICO DE PETIÇÃO INICIAL

Para facilitar a compreensão, apresentamos um exemplo simplificado de como a petição inicial para execução de título extrajudicial pode ser estruturada:

I. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Na petição, o autor deve qualificar-se informando todos os dados pessoais e, assim, proporcionar a completa identificação. Exemplo: João da Silva, brasileiro, casado, advogado, portador do CPF nº XXXXXX, residente e domiciliado na Rua das Acácias, nº 123, Cidade/Estado. O réu deverá ser identificado de forma similar.

II. DOS FATOS

A exposição dos fatos deve ser clara e objetiva, detalhando desde o surgimento da obrigação até o inadimplemento que ensejou a execução. É importante destacar a existência e validade do título extrajudicial, demonstrando, por exemplo, a data de vencimento e eventuais tentativas de recebimento amigável.

III. DO DIREITO

Nesta seção, o autor fundamenta seu pedido com base na legislação vigente. Então, além das referências constitucionais e dos dispositivos do CPC/2015, é recomendável mencionar os seguintes pontos:

  • Validade e eficácia do título executório extrajudicial: Amparado, entre outros, pelos preceitos do CCB/2002, art. 11, §1º, III.
  • Exigibilidade da obrigação: Enfatizando os fundamentos legais que justificam a execução imediata, conforme estabelecido na Lei 7.250/2014, art. 50.
  • Observância aos princípios do devido processo legal: Conforme prevê o CF/88, art. 10, §1º.

IV. DOS PEDIDOS

Esta parte conclui a petição com os pedidos formulados pelo autor. Dentre os pedidos, destaca-se:

  • A execução imediata do título extrajudicial, com a determinação da penhora de bens ou outras medidas necessárias para satisfação do crédito;
  • A citação do réu para, querendo, exercer o direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme estabelecido na CF/88, art. 10, §1º;
  • A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, quando cabíveis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Elaborar uma petição inicial de execução de título extrajudicial requer atenção meticulosa à forma e ao conteúdo, buscando sempre a adequação aos dispositivos legais e constitucionais vigentes. A clareza na exposição dos fatos, a correta identificação das partes e a fundamentação robusta com referência aos dispositivos (tais como CF/88, art. 10, §1º; CCB/2002, art. 11, §1º, III; Lei 7.250/2014, art. 50; CPC/2015, art. 319; CPP, art. 12; CP, art. 284, §1º) são essenciais para a efetividade do processo.

A compreensão deste procedimento é facilitada quando se utiliza uma linguagem formal, porém acessível, permitindo que até mesmo o público leigo possa acompanhar os fundamentos jurídicos que embasam a execução. Dessa forma, o cidadão é incentivado a conhecer melhor seus direitos, contribuindo para o fortalecimento da cultura jurídica e da segurança jurídica.

Por fim, a utilização de exemplos práticos na elaboração da petição inicial não só ilustra os conceitos teóricos apresentados, mas também orienta a prática advocatícia, promovendo a correta aplicação da legislação e a satisfação dos princípios constitucionais fundamentais.