Petição Inicial de Indenização por Danos Morais por Assédio Moral no Ambiente de Trabalho

Petição Inicial de Indenização por Danos Morais por Assédio Moral no Ambiente de Trabalho

Publicado em: 09/06/2025 Trabalhista Processo do Trabalho

PETIÇÃO INICIAL PARA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DE ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por objetivo apresentar os principais aspectos da petição inicial voltada para ação de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral no ambiente de trabalho. Busca-se, portanto, expor de forma clara e acessível, fundamentando os argumentos com base em dispositivos constitucionais e legais, tais como CF/88, art. 10, §1º, CCB/2002, art. 11, §1º, III, Lei 7.250/2014, art. 50, CPC/2015, art. 319, CPP, art. 12 e CP, art. 284, §1º.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal de 1988 garante, em seu artigo 10, §1º (CF/88, art. 10, §1º), a defesa dos direitos individuais e coletivos, assegurando a dignidade da pessoa humana. Nesse contexto, o assédio moral, que fere a integridade psíquica e física do trabalhador, configura uma violação a tais princípios.

2. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Diversos dispositivos legais reforçam a necessidade de proteção contra práticas abusivas no ambiente de trabalho:

  • CCB/2002, art. 11, §1º, III: Estabelece diretrizes éticas e profissionais, reforçando a obrigação do empregador em proporcionar um ambiente de trabalho saudável.
  • Lei 7.250/2014, art. 50: Dispõe sobre a prevenção de práticas abusivas e a garantia de direitos dos trabalhadores que sofrem danos morais.
  • CPC/2015, art. 319: Define os requisitos formais da petição inicial, essenciais para o adequado processamento da demanda judicial.
  • CPP, art. 12 e CP, art. 284, §1º: Embora voltados para o âmbito penal, tratam da proteção de direitos fundamentais e da responsabilidade por atos ilícitos, servindo como base complementar na fundamentação das condutas que configuram assédio moral.

A PETIÇÃO INICIAL: CONCEITOS E ESTRUTURA

A petição inicial é a peça inaugural de uma demanda judicial e deve conter os elementos que possibilitem ao juiz compreender a causa e o pedido. Nos casos de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral no ambiente de trabalho, alguns aspectos merecem especial atenção.

A. DOS FATOS

Nesta seção, é fundamental relatar detalhadamente os episódios que configuram o assédio moral. Devem ser descritas situações concretas que evidenciem a existência de práticas abusivas, incluindo:

  • Datas e locais dos incidentes;
  • Descrições dos comportamentos abusivos;
  • Testemunhas e documentos que corroborem os fatos.

B. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Com base nos dispositivos legais mencionados, a fundamentação jurídica deve elucidar a violação dos direitos do trabalhador. Destaca-se:

  • Violação à dignidade humana: O assédio moral desrespeita o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
  • Ambiente de trabalho saudável: A legislação impõe uma responsabilidade maior ao empregador para garantir condições laborais que promovam a integridade física e psíquica dos trabalhadores.
  • Responsabilidade civil: Com o emprego de condutas abusivas, há fundamento para pleitear a reparação por danos morais, uma vez que os prejuízos ultrapassam perdas exclusivamente materiais.

C. DOS PEDIDOS

É imprescindível que o pedido seja formulado de maneira precisa e objetiva. A petição deve requerer:

  • A concessão de tutela de evidência ou medida liminar para proteção imediata do trabalhador;
  • A condenação do empregador ao pagamento de indenização por danos morais, cujo valor deverá ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e as circunstâncias do caso;
  • O reconhecimento da responsabilidade civil baseada no conjunto probatório apresentado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração de uma petição inicial robusta e bem fundamentada é imprescindível para a obtenção do sucesso na demanda judicial. Cada elemento, desde a descrição factual dos atos de assédio moral até a fundamentação baseada em dispositivos constitucionais e legais, contribui para a construção de um argumento sólido, que visa não apenas a reparação dos danos sofridos, mas também a prevenção de futuras condutas abusivas.

Ressalta-se que a clareza e a objetividade na exposição dos fatos, aliadas à adequada utilização dos fundamentos jurídicos, configuram o caminho mais seguro para a efetivação dos direitos do trabalhador. Assim, promove-se não só a reparação dos prejuízos individuais, mas também o fortalecimento de um ambiente de trabalho pautado pelo respeito e pela dignidade.

EXEMPLOS PRÁTICOS

Para melhor compreensão, considere o seguinte exemplo:

Um empregado, durante um período prolongado, sofreu constantes humilhações e comentários depreciativos por parte de seu superior hierárquico, os quais foram devidamente documentados por e-mails, mensagens e gravações de áudio. Ao ingressar com a ação, o peticionário apresentou esses elementos, fundamentando o pedido à luz dos princípios constitucionais e das normas legais aplicáveis, conforme destacado anteriormente.

CONCLUSÃO

A petição inicial para ação de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral no ambiente de trabalho deve garantir que todos os elementos necessários à compreensão do caso estejam presentes. Por meio da exposição detalhada dos fatos e da aplicação dos fundamentos legais e constitucionais - com especial destaque para os dispositivos CF/88, art. 10, §1º, CCB/2002, art. 11, §1º, III, Lei 7.250/2014, art. 50, CPC/2015, art. 319, CPP, art. 12 e CP, art. 284, §1º -, possibilita-se não só a reparação dos danos sofridos, mas também a reafirmação do compromisso do poder judiciário com a proteção dos direitos fundamentais do trabalhador.