DECRETO 6.654, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2008

(D. O. 21-11-2008)

Administrativo. Telecomunicação. Aprova o Plano Geral de Outorgas de Serviço de Telecomunicações prestado no regime público.

Atualizada(o) até:

Não houve.

(Arts. - - - - - - - - - 10 - 11 -

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei 9.472, de 16/07/97, Decreta:

Art. 1º - Fica aprovado, na forma do Anexo a este Decreto, o Plano Geral de Outorgas de Serviço de Telecomunicações prestado no regime público.

Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Fica revogado o Decreto 2.534, de 02/04/98.

Brasília, 20/11/2008; 187º da Independência e 120º da República. Luiz Inácio Lula da Silva - Helio Costa

ANEXO
PLANO GERAL DE OUTORGAS

DECRETO 6.654, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2008

(D. O. 21-11-2008)

Administrativo. Telecomunicação. Aprova o Plano Geral de Outorgas de Serviço de Telecomunicações prestado no regime público.

Atualizada(o) até:

Não houve.

(Arts. - - - - - - - - - 10 - 11 -

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei 9.472, de 16/07/97, Decreta:

Art. 1º - Fica aprovado, na forma do Anexo a este Decreto, o Plano Geral de Outorgas de Serviço de Telecomunicações prestado no regime público.

Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Fica revogado o Decreto 2.534, de 02/04/98.

Brasília, 20/11/2008; 187º da Independência e 120º da República. Luiz Inácio Lula da Silva - Helio Costa

ANEXO
PLANO GERAL DE OUTORGAS
Art. 1º

- O serviço telefônico fixo comutado destinado ao uso do público em geral é o prestado nos regimes público e privado, nos termos dos arts. 18, I, 64, 65, III, e 66 da Lei 9.472, de 16/07/97, e do disposto neste Plano Geral de Outorgas.

§ 1º - Serviço telefônico fixo comutado é o serviço de telecomunicações que, por meio da transmissão de voz e de outros sinais, destina-se à comunicação entre pontos fixos determinados, utilizando processos de telefonia.

§ 2º - São modalidades do serviço telefônico fixo comutado destinado ao uso do público em geral o serviço local, o serviço de longa distância nacional e o serviço de longa distância internacional, nos seguintes termos:

I - o serviço local destina-se à comunicação entre pontos fixos determinados situados em uma mesma Área Local, conforme disposição normativa editada pela Agência Nacional de Telecomunicações;

II - o serviço de longa distância nacional destina-se à comunicação entre pontos fixos determinados situados em Áreas Locais distintas do território nacional, conforme disposição normativa editada pela Agência Nacional de Telecomunicações; e

III - o serviço de longa distância internacional destina-se à comunicação entre um ponto fixo situado no território nacional e um outro ponto no exterior, conforme disposição normativa editada pela Agência Nacional de Telecomunicações.


Art. 2º

- São direitos das prestadoras do serviço a que se refere o art. 1º a implantação, expansão e operação dos troncos, redes e centrais de comutação necessários à sua execução, bem assim sua exploração industrial.


Art. 3º

- Aos demais serviços de telecomunicações, não mencionados no art. 1º, aplica-se o regime jurídico previsto no Livro III, Título III, da Lei 9.472/1997.


Art. 4º

- O território brasileiro, para efeito deste Plano Geral de Outorgas, é dividido nas áreas que constituem as quatro Regiões estabelecidas no Anexo I.

§ 1º As Regiões referidas no Anexo I constituem áreas distintas entre si.

§ 2º - As Regiões I, II, e III são divididas em Setores, conforme Anexo II, sendo que a Região IV compreende todos os Setores.

§ 3º - As áreas de concessão ou de autorização estabelecidas neste Plano Geral de Outorgas não serão afetadas por desmembramento ou incorporação de Município, Território, Estado ou Distrito Federal.

§ 4º - Fica estabelecido o prazo máximo de dezoito meses, a contar da data de publicação deste Plano Geral de Outorgas, para adequação dos contratos de concessão ao disposto no Anexo II.


Art. 5º

- A prestação no regime público do serviço a que se refere o art. 1º não garante, à concessionária, exclusividade na sua prestação.


Art. 6º

- As transferências de concessão ou de controle de concessionária do serviço a que se refere o art. 1º deverão observar o princípio do maior benefício ao usuário e ao interesse social e econômico do País.

§ 1º - As transferências que resultem em Grupo que contenha concessionárias em Setores de mais de uma Região definida neste Plano Geral de Outorgas implicam:

I - atuação obrigatória nas demais Regiões, por parte de prestadora de serviços de telecomunicações pertencentes ao Grupo que contenha as respectivas concessionárias, conforme dispuser o Plano Geral de Metas de Competição a ser editado pela Agência Nacional de Telecomunicações, observado o disposto no § 5º; e

II - obrigação de atender aos condicionamentos impostos pela Agência Nacional de Telecomunicações com a finalidade de assegurar a competição, impedir a concentração econômica prejudicial à concorrência e não colocar em risco a execução do contrato de concessão, em atenção ao que dispõe a Lei 9.472/1997, em especial nos seus arts. 97 e 98.

§ 2º - São vedadas as transferências que resultem em Grupo que contenha concessionárias em Setores de mais de duas Regiões definidas neste Plano Geral de Outorgas, observado o disposto no § 5º.

§ 3º - São vedadas as transferências que resultem em desmembramento de áreas de atuação de concessionária de um mesmo Grupo, em cada Região definida neste Plano Geral de Outorgas.

§ 4º As transferências para Grupo que contenha concessionária que, na mesma Região ou em parte dela, já preste a mesma modalidade de serviço serão condicionadas à assunção do compromisso de, no prazo máximo de dezoito meses, eliminar a sobreposição de outorgas, contado da sua efetivação, nos termos do art. 87 da Lei 9.472/1997.

§ 5º - Os Setores 3, 20, 22, 25 ou 33 não caracterizam critério para aplicação do disposto no inciso I do § 1º e no § 2º.


Art. 7º

- As concessionárias do serviço a que se refere o art. 1º devem, sem prejuízo do disposto no art. 155 da Lei 9.472/1997:

I - cumprir as obrigações de universalização, inclusive aquelas relacionadas à ampliação das redes do serviço a que se refere o art. 1º que suportem a banda larga, conforme dispuser o Plano Geral de Metas de Universalização; e

II - assegurar a outras prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo o acesso às suas redes de telecomunicações em condições não discriminatórias, isonômicas e coerentes com suas práticas comerciais, conforme dispuser o Plano Geral de Metas de Competição a ser editado pela Agência Nacional de Telecomunicações.

Parágrafo único - A concessionária oriunda do processo de desestatização de que trata o Livro IV da Lei 9.472/1997, ou a sua controladora, deverá manter seu registro como companhia aberta no Brasil.


Art. 8º

- O serviço de que trata o art. 1º somente poderá ser prestado mediante concessão, permissão ou autorização por empresa constituída segundo a legislação brasileira, observado o limite de participação de capital estrangeiro estabelecido na forma do art. 18, parágrafo único, da Lei 9.472/1997.

§ 1º - O serviço de que trata o caput será prestado mediante permissão apenas em situação excepcional e em caráter transitório, observado o disposto na Lei 9.472/1997.

§ 2º - Os prazos de vigência da outorga, além das demais condições para a prestação do serviço telefônico fixo comutado, em regime público, devem estar previstos nos contratos de concessão.


Art. 9º

- A prestação do serviço a que se refere o art. 1º em áreas limítrofes ou fronteiriças é disciplinada em específica disposição normativa editada pela Agência Nacional de Telecomunicações.


Art. 10

- Para os fins deste Plano Geral de Outorgas, Grupo é a prestadora de serviços de telecomunicações individual ou o conjunto de prestadoras de serviços de telecomunicações que possuam relação de controle como controladoras, controladas ou coligadas, aplicando-se os conceitos de específica disposição normativa editada pela Agência Nacional de Telecomunicações.

Parágrafo único - Uma pessoa jurídica será considerada coligada a outra se uma detiver, direta ou indiretamente, pelo menos, vinte por cento de participação do capital votante da outra, ou se o capital votante de ambas for detido, direta ou indiretamente, em, pelo menos, vinte por cento por uma mesma pessoa natural ou jurídica, nos termos de específica disposição normativa editada pela Agência Nacional de Telecomunicações.


Art. 11

- Ao Plano Geral de Outorgas dos serviços de telecomunicações aplicam-se os conceitos, as definições e demais disposições normativas editadas pela Agência Nacional de Telecomunicações.

ANEXO I
REGIÕES DO PLANO GERAL DE OUTORGAS
REGIÃOÁREA GEOGRÁFICA CORRESPONDENTE AO(S) TERRITÓRIO(S)
Idos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia,Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí,Maranhão, Pará, Amapá, Amazonas e Roraima.
IIdo Distrito Federal e dos Estados do Rio Grande do Sul, SantaCatarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins,Rondônia e Acre.
IIIdo Estado de São Paulo.
IVnacional
ANEXO II
SETORES DAS REGIÕES DO PLANO GERAL DE OUTORGAS

SETORES CONSTITUINTES DA REGIÃO I

SETORÁREA GEOGRÁFICA CORRESPONDENTE AO(S) TERRITÓRIO(S)
1do Estado do Rio de Janeiro
2do Estado de Minas Gerais, excetuados os dos Municípios integrantes doSetor 3
3dos Municípios de Araporã, Araújo, Campina Verde, Campo Florido,Campos Altos, Canápolis, Capinópolis, Carmo do Paranaíba, Carneirinhos,Centralina, Comendador Gomes, Conceição das Alagoas, Córrego Danta,Cruzeiro da Fortaleza, Delta, Frutal, Gurinhatã, Ibiraci, Igaratinga,Iguatama, Indianópolis, Ipiaçú, Itapagipe, Ituiutaba, Iturama, Lagamar,Lagoa Formosa, Lagoa Grande, Limeira D'Oeste, Luz, Maravilhas, Moema,Monte Alegre de Minas, Monte Santo de Minas, Nova Ponte, Nova Serrana,Papagaios, Pará de Minas, Patos de Minas, Pedrinópolis, Pequi, Perdigão,Pirajuba, Pitangui, Planura, Prata, Presidente Olegário, Rio Paranaíba,Santa Juliana, Santa Vitória, São Francisco de Sales, São José daVarginha, Tupaciguara, Uberaba, Uberlândia, União de Minas e Vazante, doEstado de Minas Gerais
4do Estado do Espírito Santo
5do Estado da Bahia
6do Estado de Sergipe
7do Estado de Alagoas
8do Estado de Pernambuco
9do Estado da Paraíba
10do Estado do Rio Grande do Norte
11do Estado do Ceará
12do Estado do Piauí
13do Estado do Maranhão
14do Estado do Pará
15do Estado do Amapá
16do Estado do Amazonas
17do Estado de Roraima

SETORES CONSTITUINTES DA REGIÃO II

SETORÁREA GEOGRÁFICA CORRESPONDENTE AO(S) TERRITÓRIO(S)
18do Estado de Santa Catarina
19do Estado do Paraná, exceto os dos Municípios integrantes do Setor 20
20dos Municípios de Londrina e Tamarana, no Estado do Paraná
21do Estado do Mato Grosso do Sul, exceto o do Município integrante doSetor 22
22do Município de Paranaíba, no Estado de Mato Grosso do Sul
23do Estado do Mato Grosso
24dos Estados do Tocantins e de Goiás, exceto os dos Municípiosintegrantes do Setor 25
25dos Municípios de Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Inaciolândia,Itumbiara, Paranaiguara e São Simão, no Estado de Goiás
26do Distrito Federal
27do Estado de Rondônia
28do Estado do Acre
29do Estado do Rio Grande do Sul

SETORES CONSTITUINTES DA REGIÃO III

SETORÁREA GEOGRÁFICA CORRESPONDENTE AO(S) TERRITÓRIO(S)
31do Estado de São Paulo, exceto os dos Municípios integrantes do Setor33
33dos Municípios de Altinópolis, Aramina, Batatais, Brodosqui,Buritizal, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Colômbia, Franca, Guaíra, Guará,Ipuã, Ituverava, Jardinópolis, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga,Orlândia, Ribeirão Corrente, Sales de Oliveira, Santa Cruz da Esperança,Santo Antônio da Alegria e São Joaquim da Barra, no Estado de São Paulo.